Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) é um centro cultural, um dos maiores do Brasil, localizado em Fortaleza, Ceará. São 30 mil metros quadrados de área dedicada à arte e à cultura, com atrações como o Museu da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Planetário Rubens de Azevedo, Teatro Dragão do Mar, Salas do Cinema do Dragão, Anfiteatro Sérgio Mota, Espaço Rogaciano Leite Filho, Biblioteca Leonilson, Auditório, Multigalerias e espaços para exposições itinerantes e a Praça Verde, que abriga mais de quatro mil pessoas e também grandes shows nacionais e internacionais.

O Instituto Dragão do Mar é a organização social responsável pela gestão e execução das políticas públicas do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e de outras dez (10) instituições de cultura, esporte e gastronomia do Ceará. São elas: Escola Porto Iracema das Artes, Escola de Artes e Ofícios Thomas Pompeu Sobrinho, Centro Cultural Grande Bom Jardim, Cine Teatro São Luiz, Teatro José de Alencar, Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, Escola de Hotelaria e Gastronomia da Estação das Artes, Casa dos Saberes Cego Aderaldo, Vila da Música e Centro de Formação Olímpica.

Liberdade. A palavra de ordem dos idos de 1800, no Ceará, também nomeia a jangada que pertencia Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde. A jangada foi levada à capital do Império a bordo de um navio mercante, como símbolo da resistência popular abolicionista nas terras de Alencar. O líder dos jangadeiros cravou seu nome na história como o lendário Dragão do Mar, deflagrando a greve dos seus companheiros. Sua ousadia e coragem paralisaram o mercado escravista no porto de Fortaleza nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881. Chico, filho da Matilde tinha, então, 42 anos.

Boa parte dos livros de História omite que outros ancoradouros e até mesmo esparsas lideranças da elite econômica do Estado tomaram posição idêntica e interromperam o fluxo de escravos em suas regiões e nas fronteiras com outras províncias do Nordeste, como nos conta a História do Ceará,organizado pela socióloga Simone de Souza (p.179). Antes e depois da greve que eternizou o Dragão do Mar, movimentos libertários como a “Sociedade Perseverança e Porvir”, a “Sociedade Cearense Libertadora” e jornais como o Libertador se destacam pela luta contra a escravidão. Mas foi a firmeza do mulato jangadeiro Chico da Matilde que ultrapassou os limites da província e alcançou o Império, mostrando a força da resistência nordestina que consagrou o maior herói popular da história abolicionista do Ceará.

O Centro Dragão do Mar é um espaço destinado ao encontro das pessoas, ao fomento e à difusão da arte e da cultura. Foi criado pelo então secretário da Cultura e atual Presidente do Instituto Dragão do Mar, o sociólogo e jornalista Paulo Linhares, durante a gestão do então Governador do Estado do Ceará, Ciro Gomes, na década de 90. O espaço foi entregue à população pelo governador Tasso Jereissati, em 28 de abril de 1999.

O Dragão do Mar é filho de Canoa Quebrada, Aracati. No dia 15/04 de 1839, o pescador Manoel do Nascimento e dona Matilde Maria da Conceição receberam com alegria o filho Chico. Poucos anos depois, aos oito anos, Chico perde o pai e vai morar com outra família. Aos 20, aprende a ler. Torna-se chefe dos catraieiros (condutores de bote), trabalha na construção do porto de Fortaleza, é marinheiro, e finalmente é nomeado prático da Capitania dos Portos. Com a deflagração da greve, em 1881, é demitido. Três anos depois, com a libertação dos escravos, Chico da Matilde leva a embarcação Liberdade no barco negreiro Espírito Santo para o Rio de Janeiro. Mas a Liberdade ganha asas e toma rumo incerto. O jornalista catarinense Raimundo Caruso, conta original versão nas páginas do seu livro Aventuras dos Jangadeiros do Nordeste:

“A jangada Liberdade, de Francisco José do Nascimento, era a clássica, de troncos. Símbolo de uma resistência popular vitoriosa no Ceará, foi levada à Capital do Império a bordo de um navio mercante e, mesmo viajando no porão, inaugura a rota das futuras aventuras dos jangadeiros nordestinos em direção ao Sul. A embarcação foi exibida nas ruas do Rio de Janeiro, sob os aplausos da multidão, e pouco depois é doada ao Museu Nacional, onde foi recebida como valiosa peça etnográfica (…). Em seguida a jangada foi transferida para o Museu da Marinha (…), de onde, queimada, feita em pedaços ou desmontada, desapareceu”.

Até hoje não se sabe o destino da Liberdade, que uniu cearenses e permanece no imaginário de todos como a vitória concreta da solidariedade entre as raças, credos e timbres, do sertão ao litoral. Ao lado da vela, a imagem guerreira e emblemática do Dragão do Mar.

A revitalização do bairro de Iracema se deve à inauguração, em 1998, do Dragão do Mar, um espaço cultural de arquitetura moderna e que reúne teatros, cinema, espaço para shows, galerias de arte… A programação trouxe o movimento, que incentivou a restauração dos casarões neoclássicos ao redor, transformados em bares, restaurantes e casas noturnas. No Dragão estão ainda o Museu da Cultura Cearense, um museu com obras de arte popular; o Museu de Arte Contemporânea e o Planetário.

Tanto durante o dia quanto a noite, aproveite para conhecer o Planetário Rubens de Azevedo, as salas de cinema, os museus e os demais espaços culturais, sempre tem espetáculos abertos, exposições e atividades em todos os cantos acontecendo nesse complexo. A noite, em seu entorno, sob o efeito de uma bela iluminação decorativa, alguns bares apresentam música ao vivo e boa comida para um público bem diversificado, composto por jovens e famílias completas, que faz do local um dos bons lugares onde ir da cidade, com ponto de taxi nas proximidades e uma agradável sensação de segurança, mas que apesar disso, ainda requer atenção dos frequentadores.

O Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC), hoje nomeado de Instituto Dragão do Mar, foi a primeira Organização Social (OS) criada no Brasil na área da Cultura. O nome Dragão do Mar é uma homenagem ao histórico personagem cearense Chico da Matilde, jangadeiro símbolo do movimento abolicionista no estado, que, em 1881 recusou-se a transportar escravos para serem vendidos no sul do país.

O CDMAC congrega vários espaços destinados à realização das mais diferentes atividades, onde o lazer urbano, a produção e difusão da artística e cultural são o foco objetivo.

Nos seus quase 30 mil metros quadrados de área de convivência, o Centro inclui espaços como o Museu da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea, uma moderna sala teatro, duas salas de cinema de ponta, o Planetário Rubens de Azevedo, o Anfiteatro Sérgio Mota, um auditório, a Praça Verde e salas de aula.

Biblioteca Estadual do Ceará: Denominada de Biblioteca Pública Menezes Pimentel, localizada ao lado do complexo do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, viabiliza a entrada dos visitantes por dois acessos, um pela Avenida Presidente Castelo Branco e outro pela entrada principal do Centro Dragão do Mar. Importante fonte de pesquisa para estudantes, professores e pesquisadores, a Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel possui um acervo composto por 70 mil volumes e 40 mil títulos.
A Biblioteca Pública do Ceará dispõe do quarto maior acervo de obras raras do Brasil, das quais se destacam a coleção de jornais do século XIX e livros do século XV.

Museu da Cultura Cearense – MCC Dragão do Mar: é um espaço de 800 metros quadrados, dividido em seis salões, dedicado à história, produção artística e cultura popular cearenses. É um museu etnográfico que tem como proposta promover a difusão e a fruição do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará, aplicando ações museológicas de pesquisa, preservação e comunicação, visando à inclusão e ao desenvolvimento sociocultural. O MCC abriga hoje duas exposições permanentes: a “Vaqueiros”, que é uma exposição lúdica, de caráter didático, percorre o universo do vaqueiro a partir da ocupação do território cearense pela pecuária até a atualidade. Utiliza cenografia, imagens e objetos ligados ao cotidiano do vaqueiro; e a exposição “Brinquedo – A arte do movimento”.

Museu de Arte Contemporânea – MAC Dragão do Mar: ocupa 700 metros quadrados de área distribuídos em dois pavimentos, com um total de onze salas de exposição. O MAC intensificou sua campanha de ampliação do acervo, coletando doações e adquirindo peças significativas. Atualmente, conta com mais de mil obras em seu acervo, permitindo, além de pesquisas, a realização de exposições temáticas. As peças são de autoria de artistas plásticos brasileiros e estrangeiros. Também estão sob a guarda do MAC peças da Pinacoteca do Estado e do acervo do pintor Antônio Bandeira.

Planetário Rubens de Azevedo: construído com tecnologia alemã, está entre os mais modernos do mundo, é o único no Brasil a projetar o arco-íris, através de 20 projetores multimídia. Tem capacidade para 90 pessoas e apresenta três sessões diárias, proporcionando grandes espetáculos na observação detalhada de estrelas, planetas e galáxias.

Quem quer incluir na programação uma atividade cultural precisa conhecer esse lugar; ainda que esse não seja o foco, o Dragão é também um ótimo local para curtir a vida noturna, com cafeterias, restaurantes e bares com cadeiras ao ar livre que são indicados para petiscar e tomar uma bebida no fim do dia. Ao menos uma vez durante sua viagem, você precisa ir ao complexo!

A nossa dica é fazer sua visita no final da tarde; assim você pode conhecer todo o lado voltado para a cultura e depois sentar-se em algum de seus bares para o happy hour.

R. Dragão do Mar, 81, Iracema, Fortaleza – CE
Site: http://www.dragaodomar.org.br

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